24 de jul. de 2007

Um Jazz inaudito.

A cada dia me desfaço de mais um pedacinho de mim.

Me livrando disso tudo quem sabe não vai junto este - eu mesmo?

Agora alegorizo com meu saxofone lamúrios que ninguém pretende ouvir. Já me deram o saxofone para que eu não falasse, e hoje nem mais seu som é suportado. Já foi encantador de serpentes... As grandes majestades se reuniam para assistir ao jazz de inaudita beleza. Hoje, as majestades e suas potestades se deliciam com suas máquinas internas - Ah, belo ego! - e rogam, rogam por silêncio (d'outrem, para poderem se ouvir melhor).

Quando houver só e realmente o silêncio, a voz daquele, os sons deste ou os sussurros do que virá serão lembrados?

A cançãozinha de uma caixinha de música, presente que era o mais querido... Essa sim, não se esquece.

A cançãozinha medíocre. antiestética. monofônica. metálica.

A caixinha chinesa, a R$ 2,00 (já que não se pode contar com o troco). A caixinha que toca a alma, e que custou míseros centavos... Com os quais muitos nem podem contar... Nem podem contar.

E nós, com o que podemos contar, afinal?

Eu, por exemplo, só tenho este inaudível, sôfrego, desgostoso, desgostado, inarticulado, psicossomático, disfórico... jazz inaudito.

Inaudito de incompreensível que é, que foi.

8 comentários:

Felipe disse...

A música consegue extrair muitos sentimentos de quem ouve e também mostra o que o músico sente no momento. O jazz é uma música triste e com o som do saxofone, às vezes agonizante.

Abraço Fe!

Fe

Glauber disse...

Já que está tão trágico assim, suicide-se com tesoura sem ponta (escolares) ouvindo a música do caminhão de gás... E se conseguir sobreviver, jogue sal e vinagre na ferida aberta.

Eu não estou bom samaritano...

Unknown disse...

Suicídio com tesoura sem ponta é coisa de pedagogo frustrado! rsrsrs

Thalita disse...

caixinha de música.

^.^

Sinayoma disse...

Ah, sempre adorei essas caixinhas de música. Há umas TÂO graciosas!

Não concordo com o Felipe, e creio não ser a única. Jazz não é uma música triste, existem várias composições alegres!E jazz é bom de qualquer jeito!!!

Eu adoro a palavra inaudito.=)


Porque, aliás, o bozo é inaudito!

Adoroooooooo
bjos

Glauber disse...

Pode ser suicídio de pedagogo frustrado, mas a tragédia continua em essência... E o que importa mesmo é a essência das coisas. Aliás, posso escrever coisas mais trágicas, como se suicidar com overdose de supositório ouvindo um funk carioca cantado pelo Felizberto....

Unknown disse...

(Você sempre consegue piorar as coisas, Glauber. rsrs)

Monica Messias disse...

saudade.