Poder.
A Ocupação. A greve. Os decretos. A parada. Outros fatos entremeados.
Estou cansado, não quero falar sobre nada disso.
Há um helicóptero sobrevoando o outro lado do rio. O rio? Sim, a algumas centenas de metros (500 metros?) está O Pútrido rio, cujos efeitos (aromáticos, artropódicos, hidráulico-inundantes) por sorte não chegam à minha via. A luz do holofote vai criando um cone brilhante nas nuvens de poluição que nos encobrem. A lua tão cheia escondida pelas tantas nuvens, aquele fecho de luz como um grande olho divino sobreolhando a todos os passantes. Todos subvistos como pequenos caracóis no jardim da avó do filme hollywoodiano, prontos para serem pinçados pelos dedinhos habilidosos de alguma criança que lhes jogue sal - terna criança.
Nos prédios os reflexos das rotativas luzes vermelhas da carrocinha humana. Em busca de mais alguma vítima, de mais um culpado, mais alguns coitados à mercê de algum poder.
Poder.
po.der v.t.d. 1. ter a possibilidade, a oportunidade de 2. ter autoridade para 3. ser capaz, estar em condições de 4. correr risco de, expor-se 5. ter força física ou moral, energia, influência para; agüentar 6. direito ou capacidade de decidir, agir e ter voz de mando; autoridade 7. governo de um país, de um Estado etc. 8. possibilidade de fazer certas coisas; capacidade, faculdade 9. vigor, potência 10. dominação, domínio 11. posse, jurisdição 12. virtude de algo produzir determinado feito; eficácia 13. meio pelo qual se vence uma dificuldade, um embaraço; recurso
Se lembra de um professor sobre a mesa dizendo "sim, eu posso"?
Do dedo esguio apontado para a criança: "Você? Você não pode!".
Dos "não pode.", "não pode!", "não pode..."
Nunca pude.
Mas quem confere poder àquele que nos cerceia o poder? Nós mesmos. E esse mesmo poder [12.] também nos é banido, e esse mesmo poder [13.] nos é suprimido, e mais uma vez o poder [1.] passa em branco, afinal, nunca podemos [4.] ser nós mesmos. Nunca posso [6.]. Podemos [2.], mas não podemos [5.]. Quem permite? Porquê, como existe todo esse poder [10.] sobre nossas vidas?
Permitimo-lhes que nos tirem o poder [11.] sobre nossas almas. Posso [8.] parar isso? Não há poder [7.] que pare isso. Não há. Porque nós mesmos conferimos poder àqueles que nos cerceiam poder... E não podemos retomar o poder.
Ainda mais eu...
Eu que não posso,
que não pude...
Que nunca pude.
Não pude...
Nunca pude.
Nunca me permitiram poder.
É como se o poder [6.] não fosse meu.
Como se... Como se eu não pudesse [3.]
O poder nunca foi meu. Nunca tive nenhum dos poderes.
(Sim, este texto está aumentando gradativamente... Não sei se posso fazer isso.)
Estou cansado, não quero falar sobre nada disso.
Há um helicóptero sobrevoando o outro lado do rio. O rio? Sim, a algumas centenas de metros (500 metros?) está O Pútrido rio, cujos efeitos (aromáticos, artropódicos, hidráulico-inundantes) por sorte não chegam à minha via. A luz do holofote vai criando um cone brilhante nas nuvens de poluição que nos encobrem. A lua tão cheia escondida pelas tantas nuvens, aquele fecho de luz como um grande olho divino sobreolhando a todos os passantes. Todos subvistos como pequenos caracóis no jardim da avó do filme hollywoodiano, prontos para serem pinçados pelos dedinhos habilidosos de alguma criança que lhes jogue sal - terna criança.
Nos prédios os reflexos das rotativas luzes vermelhas da carrocinha humana. Em busca de mais alguma vítima, de mais um culpado, mais alguns coitados à mercê de algum poder.
Poder.
po.der v.t.d. 1. ter a possibilidade, a oportunidade de 2. ter autoridade para 3. ser capaz, estar em condições de 4. correr risco de, expor-se 5. ter força física ou moral, energia, influência para; agüentar 6. direito ou capacidade de decidir, agir e ter voz de mando; autoridade 7. governo de um país, de um Estado etc. 8. possibilidade de fazer certas coisas; capacidade, faculdade 9. vigor, potência 10. dominação, domínio 11. posse, jurisdição 12. virtude de algo produzir determinado feito; eficácia 13. meio pelo qual se vence uma dificuldade, um embaraço; recurso
Se lembra de um professor sobre a mesa dizendo "sim, eu posso"?
Do dedo esguio apontado para a criança: "Você? Você não pode!".
Dos "não pode.", "não pode!", "não pode..."
Nunca pude.
Mas quem confere poder àquele que nos cerceia o poder? Nós mesmos. E esse mesmo poder [12.] também nos é banido, e esse mesmo poder [13.] nos é suprimido, e mais uma vez o poder [1.] passa em branco, afinal, nunca podemos [4.] ser nós mesmos. Nunca posso [6.]. Podemos [2.], mas não podemos [5.]. Quem permite? Porquê, como existe todo esse poder [10.] sobre nossas vidas?
Permitimo-lhes que nos tirem o poder [11.] sobre nossas almas. Posso [8.] parar isso? Não há poder [7.] que pare isso. Não há. Porque nós mesmos conferimos poder àqueles que nos cerceiam poder... E não podemos retomar o poder.
Ainda mais eu...
Eu que não posso,
que não pude...
Que nunca pude.
Não pude...
Nunca pude.
Nunca me permitiram poder.
É como se o poder [6.] não fosse meu.
Como se... Como se eu não pudesse [3.]
O poder nunca foi meu. Nunca tive nenhum dos poderes.
(Sim, este texto está aumentando gradativamente... Não sei se posso fazer isso.)
4 comentários:
Gostei muito do seu texto. Ele mostra uma das palavaras mais usadas na língua portuguesa e além de tudo expressa as vontandes, anseios e "poderes" do ser humano.
Abraço!
Phillip
Eu posso dizer: ALELUIA! E claro... E o Felizberto lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá! Não é cabível, mas eu posso! (Mas é divertido!)
Não acredito em coisas como "querer é poder" e tal... mas se você já começa do princípio de que você não pode, aí não pode mesmo.
Morrer e MA-tar de fome, de raiva e sede...São tantas vezes, GES-tos naturais...lálá
ah, aposto que todo mundo ficou com essa música na cabeça!
=P
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