22 de set. de 2007

Me sinto pedaço d'água, hoje.

Imagine um gelo: Pedaço d'água. Existem máquinas que os fazem, com líquidos em serpentinas e outras parafernalhas... Nessas serpentinas, rolam gases, refrigerantes... Aqueles que, para a produção do gelo, acabam com o gelo natural.

Me sinto uma Geleira em corrosão.

Cada pífio pedacinho cai como parte do interlúdio destrutivo. Se lançam ao Oceano, se integram a ele. Em segundos são negro, evasivo Oceano. Alí estão, em meio ao resto. O Oceano não muda de aspecto naquele local, apenas aumenta picometricamente de volume, absorvendo-as; o volume daquelas partículas é insignificante como elas; Individualmente, no Oceano, mudam nada. O que muda é a Geleira, em corrosão. A cada queda perde sua forma, a cada pedacinho perde mais um pouco de sua lividez... A Geleira vai se desfazendo, desfazendo...


Me sinto pedaço d'água, hoje.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nhái...menino pedaço d'água, menino com música que eu gosto...saudade!
Tentei te ligar, mas ou você ainda estava no tronco ou conseguiu o descanso merecido. Espero que seja pela segunda opção.
Beijo imenso!
K[zinha]

Unknown disse...

Nossa Fer.

Triste e lindo.
Eu tento me desfragmentar, mas tem pedaços teimosos...Algumas perdas...

"Pedaço arrancado de mim, ó metade amputada de mim"

mas como está no texto....a geleira vai mudando, e talvez isso seja mesmo necessário, ainda que muitas vezes é feito e efeito antianestésico.

Ricardo Farão disse...

Amor à água em todas as suas formas e posições.